Segunda, 18 Agosto 2025

Saúde

Pesquisa feita com cães dá esperança para quem perdeu movimentos

Saúde

Pesquisa feita com cães dá esperança para quem perdeu movimentos

 Estudo é liderado por pesquisadores da UFRJ

(Freepik)

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em cães com problemas de medula óssea, liderada pela professora Tatiana Sampaio, acende esperança para quem perdeu os movimentos.

Os testes clínicos realizado no cãozinho Teodoro, da zona oeste do Rio, apresentou bons resultados. Ele voltou a se movimentar depois de perder os movimentos das patas traseiras por causa de uma lesão na medula. 

O animal é um dos seis participantes de um teste clínico inédito no Brasil, que usa uma proteína chamada polilaminina para estimular a regeneração de conexões nervosas.

"A polilaminina é uma proteína que tá presente no corpo em vários lugares, né? E também tá presente em todos os animais. Que que significa? Que ela fica do lado de fora das células, mas ela sinaliza pras células. Quer dizer, ela fica em contato direto e funciona como uma instrução para as células saberem o que que elas têm que fazer", explicou a professora. 

Em casos de lesão na medula espinhal, os axônios não conseguem se regenerar sozinhos. 

A ideia dos pesquisadores foi usar a polilaminina para recriar esse caminho e permitir que os sinais nervosos voltem a circular. A proteína foi extraída de placentas e "turbinada" em laboratório para formar uma malha capaz de estimular a regeneração.

Injeção de polilamina

No teste, os seis cães receberam uma injeção de polilaminina diretamente na coluna vertebral. Eles foram acompanhados por seis meses, com avaliações técnicas da caminhada. Quatro deles, incluindo Teodoro, apresentaram melhora no índice que mede a capacidade motora dos animais.

"A laminina é uma força da natureza. O que a gente tá fazendo é seguindo esse caminho, de ir acompanhando, olhando o que ela faz na natureza e tentando transpor isso para o laboratório e, se tudo der certo, a gente conseguir chegar ao medicamento, né?", destacou a pesquisadora.

Testes em humanos 
O projeto começou a ser desenvolvido no início dos anos 2000. Agora, os pesquisadores aguardam autorização da Anvisa para iniciar testes clínicos em humanos. 

A expectativa é que, no futuro, uma simples injeção possa ajudar na recuperação de movimentos em casos de lesão na medula.


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