Domingo, 28 Abril 2024

Política

Queda nos repasses de verbas para as cidades mostra desafio de Bolsonaro

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Queda nos repasses de verbas para as cidades mostra desafio de Bolsonaro

Em 2021, Barueri e Parnaíba chegaram a receber quase R$ 1 bilhão, mas valor caiu com redução em auxílio emergencial  

Após chegar a quase R$1 bilhão em repasses de recursos para as cidades de Barueri e Santana de Parnaíba, o governo federal destinou R$500 milhões em 2021 e caminha para algo parecido em 2022, mostram dados do Portal da Transparência.

A queda para quase metade mostra o desafio de Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela reeleição e a tentativa dos últimos dias de aumentar o envio de verbas públicas a três meses das eleições.

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, nas quais aparece atrás do ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro tenta contornar a alta desenfreada da inflação com uma proposta de emenda que aumenta o envio de recursos para programas como o Auxílio Brasil e subsídio aos combustíveis. Apelidada de PEC Kamikase pelo impacto nas contas públicas, o texto foi aprovado nesta quarta-feira (12) em segunda votação na Câmara dos Deputados.

A busca por aumentar os gastos tenta reverter a queda abrupta. Os gastos nas cidades da região ajudam a ilustrar o 'desespero' da medida.

Quando a pandemia chegou ao Brasil, em 2020, a gestão teve de criar um auxílio emergencial de R$ 600 - valor que foi conseguido após pressão do Congresso. Nesse ano, só para os moradores de Barueri e Santana de Parnaíba foram destinados R$645 milhões, enquanto as prefeituras receberam outros R$ 345 milhões, boa parte deles destinados a reforçar os serviços de saúde.

No entanto, em 2021, houve uma pausa no auxílio emergencial, que voltou com o valor até 75% menor para auxiliar famílias que viviam a crise sanitária. Com isso, os repasses para as cidades caíram pela metade (R$ 512 milhões, somando repasse aos moradores e às prefeituras). Ao mesmo tempo, o peso da inflação corroeu o poder de compra dos moradores de baixa renda, trazendo de volta problemas como a fome.

É com esse sentimento de insatisfação e perda da qualidade de vida que o governo tenta contornar, a menos de três meses da votação.

A medida votada no Congresso prevê que o Auxílio Brasil passará de R$ 400 para R$600 durante alguns meses, o que aumentaria o total enviado para as cidades. A medida vale apenas para este ano, o que foi criticado por especialistas que veem a proposta como uma tentativa de ampliar as chances nas eleições. 

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