Sexta, 26 Abril 2024

Política

Com filiação de Marcos Tonho, PDT volta a ter prefeitura na região

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Com filiação de Marcos Tonho, PDT volta a ter prefeitura na região

 Sigla chegou ao poder apenas três vezes em 30 anos na região. Última passagem foi de Jorge Lapas, em Osasco

Prefeito Tonho se filiou no mesmo dia em que Elvis, pré-candidato ao Governo, aderiu ao PDT. (Foto: Divulgação PDT)

Ao se filiar no PDT para seguir o padrinho político Elvis Cezar (PSDB), o prefeito de Santana de Parnaíba, Marcos Tonho, trouxe de volta um partido que governou a cidade há 30 anos, que tem pouco histórico em prefeituras da região e não elegeu nenhum vereador em 2020 na cidade.

Tonho anunciou a filiação na semana passada para reforçar o apoio ao ex-prefeito que será candidato ao governo do estado. "É com muito orgulho que ingresso, ao lado de nosso futuro governador Elvis Cezar e do nosso deputado Cezar, no PDT. Vamos pra cima para mudar São Paulo", publicou o gestor.

Com isso, deixou o PSDB após 10 anos, quando conquistou a primeira vitória para a Câmara Municipal - pelo sigla tucana, ele se reelegeu em 2016, foi presidente do legislativo e eleito prefeito.

A mudança de sigla no meio do mandato como prefeito não é incomum em cidades da região, mas o PDT até aqui tem tido participação tímida nos municípios. Nas últimas décadas, a legenda elegeu gestores apenas em 1992, mas todos deixaram o partido nos anos seguintes.

Um deles foi o Professor Aristides Oliveira Ribas, prefeito em Santana de Parnaíba de 1992 a 1996 e que não voltou a ter bons resultados eleitorais na cidade. Em 2004, o político disputou o Paço Municipal pelo PT, quando recebeu apenas 11% dos votos, na vitória de Benedito Fernandes. Depois, Aristides mudou o domicílio eleitoral para concorrer em Cajamar.

Os outros dois gestores eleitos em 1992 pelo PDT na região se tornaram tucanos históricos, caso de João Caramez, em Itapevi, e de Fuad Chucre, em Carapicuíba.

Osasco

Depois desse período, a legenda passou em branco até se tornar guarida para políticos que buscavam se afastar do PT, na época do desgaste imposto pela Lava Jato e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que aconteceu em Osasco. Na época do desgaste do partido, o então prefeito Jorge Lapas deixou a sigla petista para se filiar no PDT e disputar a reeleição. Não deu certo e Lapas foi derrotado por Rogério Lins (Podemos) até hoje prefeito osasquense.

Além desse histórico tímido na região oeste, a decisão de Tonho foi contrária à maior parte dos prefeitos da região, que se mantiveram no PSDB e devem apoiar o nome escolhido pela legenda, o governador Rodrigo Garcia. O tucano substituiu João Doria, que disputará a presidência, se os planos derem certo.

A filiação de Tonho busca furar esse cerco de outros candidatos que atualmente são favoritos na disputa do Palácio dos Bandeirantes. Atualmente, o PSDB tem Barueri, Carapicuíba e Jandira, enquanto o Podemos governa Osasco e Itapevi, e o PSD tem Cotia e Pirapora.

O movimento, contudo, já estava pensado, dado o distanciamento nos últimos meses do núcleo de Cezar do PSDB. Opositor ao grupo político, o vereador Silvinho Filho esteve na sessão solene em comemoração ao aniversário de Barueri - evento que estava repleto de lideranças tucanas, como a deputada federal Bruna Furlan.

Curiosamente, Barueri é a cidade que também tem mais pedetistas no legislativo, dentre eles o presidente da Câmara Toninho Furlan (PDT). Mas será difícil ver esse núcleo apoiando o correligionário Elvis em 2022. 

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