Quarta, 24 Abril 2024

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Empresas usaram empréstimos do exterior como principal fonte

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Empresas usaram empréstimos do exterior como principal fonte

Segundo dados da Fipe, 25,6% das dívidas das instituições em 2018 correspondem a crédito intercompanhia 

A 'modalidade' considera filiais de multinacionais e empresas brasileiras que operam no estrangeiro (Mariok/123RF)

De acordo com dados do Cemec (Centro de Estudos do Mercado de Capitais), da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), 25,6% das dívidas das empresas no ano passado correspondem a empréstimos intercompanhias, seguido por crédito bancário (24%).

O levantamento mostra que as organizações que operam no Brasil mudaram a forma de se financiar. No ano passado, a principal fonte de recursos foram empréstimos vindos do exterior, de matrizes, no caso de companhias estrangeiras, e de subsidiárias, empresas nacionais. Também cresceu o acesso das instituições ao mercado de capitais, que responde por 15,8% das fontes de recursos.

Dívidas
Com informações até novembro, o exigível das companhias chegava a 49,1% do PIB (Produto Interno Bruto), leve alta ante 2017, mas ainda menor que o pico de 2015, que era de 60% do PIB. Os resultados foram obtidos a partir do cruzamento de dados do Banco Central, Bolsa e registros de emissões de dívidas.

A metodologia, segundo o professor Carlos Rocca, diretor do Cemec, retira as sobreposições das bases de dados. Uma das explicações para a entrada de recursos passa pela diferença entre as taxas de juros no mercado internacional e no país, que tornou, pelo menos até 2017, o crédito no exterior mais barato que no Brasil.

Juros
Atualmente, os juros brasileiros estão na mínima histórica de 6,5% ao ano, ainda superior às taxas praticadas nos principais países desenvolvidos. A taxa americana está entre 2,25% e 2,5%.

O empréstimo intercompanhias considera filiais de multinacionais e empresas brasileiras que operam no exterior. A alteração no perfil do financiamento das empresas reflete também um encolhimento do BNDES e o menor apetite ao crédito dos bancos, receosos com possíveis calotes no período de crise.

A Anbima (associação do setor do mercado de capitais) mostrou que, em 2018, empresas fizeram mais emissões de dívidas (debêntures). Foram 303 operações, acima das 270 registradas em 2017. 

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