Sábado, 05 Julho 2025

Cidades

Funcionário de empresa de Alphaville é preso suspeito de ataque hacker, golpe estimado é de R$800 milhões

Cidades

Funcionário de empresa de Alphaville é preso suspeito de ataque hacker, golpe estimado é de R$800 milhões

Operações fraudulentas foram realizadas via PIX

Homem de 48 anos foi preso na noite de quinta-feira (3)(Divulgação/Governo de SP)
A Polícia Civil de São Paulo informou que prendeu  , na noite de quinta-feira (3), um homem envolvido em uma grande invasão hacker do país, que deu um prejuízo superior a R$ 540 milhões, valor referente a apenas uma empresa. O caso já é considerado um dos maiores ataques cibernéticos ao sistema financeiro nacional, com estimativas extraoficiais apontando para um prejuízo total próximo de R$ 800 milhões

A prisão do suspeito, de 48 anos, ocorreu na casa dele, na região de Taipas, zona norte de São Paulo.  De acordo com as investigações, ele era funcionário de tecnologia da informação na empresa C&M Software, localizada na região de Alphaville, Barueri .

A companhia presta serviços à BMP Instituição de Pagamento e empresas outras conectadas ao sistema financeiro. A BMP perdeu R$ 541 milhões. O prejuízo foi registrado por meio de operações fraudulentas realizadas via PIX. Pelo menos outras cinco instituições financeiras também foram afetadas. Os serviços da C&M Software foram restabelecidos, mediante solicitação do Banco Central .

O golpe
O colaborador teria acesso remoto à sua máquina, permitindo que hackers executassem os comandos que resultariam nos desvios .

A ação foi deflagrada pela 2ª Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que cumpriu os mandados de busca e apreensão na residência do suspeito.  Um boletim de ocorrência sobre o crime havia sido registrado em junho, quando os agentes iniciaram as investigações.

Segundo a polícia, desde o início, pela dinâmica do golpe, os agentes suspeitaram que algum funcionário da empresa teria facilitado o acesso ao dinheiro. A partir de então, alguns colaboradores passaram a ser monitorados, até que a equipe conseguiu chegar ao alvo.

Contas de reservas

As contas de reserva funcionam como uma espécie de conta-corrente que os bancos mantêm junto ao BC. Eles são usados para transações diárias, garantem a liquidez e possibilitam o cumprimento de obrigações como depósitos compulsórios e operações com títulos públicos. O Banco Central não divulga o volume total movimentado nessas contas diariamente.

Depoimento
À polícia, o investigado contou que vendeu sua senha por R$ 5 mil a hackers em maio e depois, por mais R$ 10 mil, participou da criação de um sistema para permitir os desvios. Ele relatou ainda que só se comunicou com os criminosos por celular e não os conheceu pessoalmente. Além disso, trocou de celular a cada 15 dias para não ser rastreado.

Uma conta com R$ 270 milhões usada para receber o dinheiro desviado já foi bloqueado. A investigação policial apura o envolvimento de outras pessoas.

Software C&M

Por meio de nota, a C&M Software, informou que a empresa foi vítima de uma ação criminosa, que envolveu o uso indevido de credenciais de clientes em tentativa de acesso fraudulento.

"Todas as medidas previstas em nossos protocolos de segurança foram rigorosamente determinadas, incluindo o reforço de controles internos, auditorias independentes e comunicação direta com os clientes afetados. A CMSW segue colaborando com o Banco Central e com a Polícia Civil de São Paulo, e continuando respeitando o sigilo das investigações em curso".



Newsletter
Não perca nenhuma notícia.

Inscreva-se em nossa newsletter gratuita.


Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.folhadealphaville.com.br/