PF aponta filho de ex‑deputado Lancaster como suspeito de operar fraudes em licitações de kits escolares
Caso está sendo investigado. Daniel teria contratos suspeitos de R$111 milhões
A Polícia Federal (PF) identificou o empresário Daniel Lancaster — filho do ex‑deputado estadual Gil Lancaster — como operador de um esquema de fraudes em licitações voltadas à compra de material escolar por prefeituras do interior de São Paulo. A informação é do Jornal Metrópoles.
De acordo com as investigações, Daniel teria atuado como operador financeiro informal de empresas que serviam para direcionar contratos da empresa Life Tecnologia junto a municípios como Hortolândia, Sumaré, Limeira e Morungaba. Os valores de contratos suspeitos somam cerca de R$111 milhões.A PF informou que Daniel teve imóveis e contas monitoradas — uma de suas empresas, a Metrópole Soluções, teve R$187 mil bloqueados por ordem judicial após ser identificada como receptora de valores destinados ao esquema.
Ainda segundo a investigação, a Life Tecnologia era liderada por André Mariano, apontado pelo inquérito como cabeça do esquema, que contava com apoio de agentes públicos, doleiros e empresas de fachada para lavar dinheiro e garantir vitória de editais. Atos como "definir o objeto da licitação", "entregas superfaturadas" e pagamento de propinas (chamadas de "café") foram citados no relatório da PF.
Cajamar
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O caso também envolve conexões políticas locais: entre 2019 e 2020, Daniel atuou em cargos comissionados na Prefeitura de Cajamar, segundo apurou o Metrópoles. Ele também mantinha forte vínculo com a política de Barueri — era presidente do diretório do PP local até 2024.
A reportagem não conseguiu contato com Daniel Lancaster e nem com Gil Lancaster até o fechamento da matéria.
O esquema está sendo investigado sob o nome de Operação Coffee Break, com o cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo. O inquérito apura crimes como lavagem de dinheiro, fraude em licitações e formação de organização criminosa.