Enquanto a população quer se proteger da febre amarela e enfrenta filas enormes nas unidades de saúde para se vacinar, mesmo na maioria dos casos não sendo moradores de área de risco, o infectologista da Unesp, Carlos Magno Fortaleza, faz um alerta: em áreas urbanas a dengue requer mais cuidado.

"O risco é quando se pensa numa doença (febre amarela) em que a solução é a vacina, muito eficaz, e se esquece da outra (dengue) para qual não existe uma vacina confiável. Precisa da conscientização e prevenção contínua. É algo que não pode falhar", disse.

Na avaliação dele, é possível ter aumento da dengue pelo fato das pessoas estarem preocupadas com a febre amarela e "esquecerem" a prevenção,
além disso, por se tratar de uma doença urbana (quando o mosquito Aedes aegypti pica uma pessoa infectada e depois outro ser humano), diferente
da febre amarela ainda silvestre (o mosquito pica o macaco infectado e depois o ser humano).

A orientação do especialista é não baixar a guarda contra a dengue. " Nem a população e nem os municípios devem parar a prevenção. É preciso continuar eliminando criadores do mosquito Aedes. É oportuno lembrar que as doenças podem acontecer sim ao mesmo tempo", falou.

Casos na região
De acordo com dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE- SP), os casos de dengue caíram 97,3% na região (considerando autóctones e importados), de 2016 para 2017. A maior queda foi em Santana de Parnaíba (98%), quando as ocorrências passaram de 207 para quatro. Na cidade de Barueri, a redução foi de 94,33%, de 53 para três.

Análise
O infectologista comentou um dos fatores que pode explicar a diminuição de registros da doença, "em muitas cidades, as pessoas tiveram dengue e criaram imunidade contra o tipo, geralmente 1, assim, no ano seguinte o número de casos da doença foi menor. Além disso, teve esforço na prevenção por parte das prefeituras também. O controle de dengue é dia a dia", explicou.

Prevenção
A Prefeitura de Barueri informou que realiza ações preventivas de forma ininterrupta, inclusive visitas casa a casa para orientar os moradores. Os proprietários de terrenos sem manutenção são notificados para fazerem a limpeza do local. Em Parnaíba, os trabalhos começaram no mês de novembro de 2017 com a verificação de risco da doença em imóveis e também foram feitos mutirões, segundo a administração.