Sexta, 26 Abril 2024

Política

Na região, Câmaras Municipais têm só 5% de representação feminina

Política

Na região, Câmaras Municipais têm só 5% de representação feminina

Do total de 38 vereadores em Barueri e Santana de Parnaíba, só duas cadeiras são ocupadas por mulheres 

Sabrina Colela ocupa o cargo de 1ª secretária no legislativo parnaibano (Michela Brígida/Folha de Alphaville)

Apesar das pautas 'femininas' ganharem destaque no país, a representação das mulheres na política ainda está longe do ideal. A avaliação é da socióloga da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rosana Schwartz. Ela explica que a política foi construída historicamente em um universo masculino. "Ainda está sendo muito difícil descontruir este olhar que a política é um lugar mais para homens do que para as mulheres. É uma história longa", avaliou.

Na região, do total de 38 vereadores em Barueri e Santana de Parnaíba apenas duas cadeiras são ocupadas por mulheres, ou seja, 5,2% de representatividade. Ambas as vereadoras integram o legislativo parnaibano: a parlamentar Sabrina Colela (PSC), 1ª Secretária e a Nelci Aparecida de Freitas Santos (SD), enfermeira Nelci. Quando analisada a legislatura anterior (2013-2016), em Barueri, 10 parlamentares ativos atualmente já faziam parte do quadro de vereadores da Casa.

Entre os municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (Cioeste), Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Osasco, Santana de Parnaíba, Jandira, Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e Vargem Grande Paulista, apenas Araçariguama possui uma prefeita, a Lily Aymar, que não está filiada a nenhum partido político no momento. A cidade de Itapevi já chegou a ser comandada por uma mulher, a ex-prefeita Ruth Banholzer, que acumulou dois mandatos consecutivos (2005-2012). Atualmente, administrada pelo prefeito Igor Soares (PODE), presidente do Consórcio.

Santana de Parnaíba
A vereadora Sabrina Colela disse à reportagem que "é extremamente necessária a participação da mulher na política, se for pensar na luta dos direitos das mulheres e políticas públicas voltadas às mulheres. Eu não encontro dificuldades porque sei me posicionar lá dentro de igual para igual. Não abaixo a cabeça, trato igualmente a todos ali dentro e defendo minha opinião seja com quem for. Ainda é cultural no consciente popular que mulher é sexo frágil", ressaltou.

A especialista
A socióloga Rosana Schwartz conta que ainda há dois perfis de mulheres na política: as que precisam manter a família no comando de determinada região e as que querem uma participação legítima, com poder de decisão. "A gente precisa estar sempre incentivando que as mulheres se filiem aos partidos e saiam de fato para as eleições. Apesar da cota dos fundos partidários (30% para as candidatas femininas), elas ainda não têm muito apoio. A dificuldade é exatamente esse olhar masculino que ainda não foi desconstruído, inclusive na hora do voto", concluiu. 

Newsletter
Não perca nenhuma notícia.

Inscreva-se em nossa newsletter gratuita.


Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.folhadealphaville.com.br/