Quinta, 28 Março 2024

Política

Apoio de vereadores aos próprios partidos deve virar ‘ficção’ durante eleições

Política

Apoio de vereadores aos próprios partidos deve virar ‘ficção’ durante eleições

Maioria dos parlamentares é de siglas que apoia Doria e Bolsonaro, e Rodrigo Garcia e Tarcisio  

 "Não sei com que interesse João Doria (PSDB) prejudicou tantos empresários e pais de família". O discurso crítico que poderia vir de um membro do PT ou de outros opositores ao tucano veio de um vereador do próprio PSDB em Santana de Parnaíba, nas últimas semanas.

Era Adauto Pessoa, que discursava um dia depois do lançamento de Elvis Cezar como pré-candidato ao governo do estado pelo PDT. O vereador não foi o único a criticar o ex-governador e se trata de um exemplo do impasse partidário que as eleições de 2022 colocarão nas Câmaras Municipais na campanha.

Com as articulações na reta final para a disputa do governo estadual e da presidência, as Câmaras de Barueri e de Santana de Parnaíba têm atualmente 34% dos parlamentares em partidos como PL, Republicanos e PTB, que apoiam o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outros 21% estão no PSDB, sigla do ex-governador João Doria (PSDB), enquanto 10% são do PDT, partido que deve lançar Ciro Gomes. No caso do ex-presidente Lula (PT), há nas cidades apenas um vereador do Solidariedade, entre os partidos que apoiam o petista.

Na prática, porém, a tendência é que os parlamentares contrariem as legendas para dar sustentação aos grupos políticos locais, em torno do prefeito Rubens Furlan (PSDB) e do PDT de Elvis Cezar, que hoje tem no prefeito Marcos Tonho o principal aliado.

Em Parnaíba, o cenário já começou a ser desenhado. Apesar do PSDB ter eleito quatro vereadores, as últimas sessões foram de discursos de exaltação à filiação de Elvis ao PDT e ao fato da cidade ter candidato próprio pela primeira vez. Além de Adauto, Vieirinha discursou e enalteceu a coragem do ex-gestor em "romper com o PSDB" e ir para o PDT.

Outros seis parlamentares de diferentes partidos fizeram coro em 5 de abril, entre eles Marcos Moraes (PL), que pertence ao partido de Bolsonaro, sigla que oficialmente irá apoiar o ex-ministro Tarcisio de Freitas (Republicanos) ao governo do estado.

Sem janela

O impasse para o apoio dos vereadores neste ano ocorre porque não há janela para troca de partidos, no caso de quem exerce um cargo nas Câmaras Municipais. O período para mudar de legenda, aberto entre março e abril, funcionou apenas para deputados estaduais e federais. Para vereadores, a janela partidária será aberta apenas em 2024, ano em que haverá uma nova eleição municipal.

Caso um vereador troque de partido agora, corre o risco de sofrer um processo de infidelidade partidária e, assim, perder o mandato na Casa.

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