Sexta, 19 Abril 2024

Cidades

Discussão sobre armas aumenta procura por cursos de caça e tiro

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Discussão sobre armas aumenta procura por cursos de caça e tiro

​Clube esportivo de Santana de Parnaíba teve aumento no número de alunos para aprender modalidades

Aulas de caça e tiro tem custo médio de R$ 350 para duas horas/aula (Foto: Michela Brígida/ Folha de Alphaville)

Em evidência no governo do presidente Jair Bolsonaro, as discussões sobre a posse e porte de armas fizeram com que houvesse uma busca maior por cursos que ensinam a manusear o equipamento, além dos registros de novas armas em todo o país. Apesar de ser voltada exclusivamente à prática esportiva, o Clube de Caça e Tiro São Paulo, localizado em Santana de Parnaíba (Estrada Ecoturística do Suru, 11221), foi um dos locais privilegiados por esse debate, fazendo com que o número de alunos tivesse um aumento significativo.

De acordo com o Sinarm (Sistema Nacional de Armas), da Polícia Federal, o registro de novas armas em todo o país cresceu 6,35% no ano passado em comparação a 2017, passando de 45.443 para 48.330. Até o primeiro trimestre deste foram emitidas 9.506 licenças.

Já os certificados de registros do tipo CAC (Colecionador, Atirador Esportivo ou Caçador), emitidos pelo Exército no estado de São Paulo, subiram de 13.408 até novembro de 2017 para 17.591 até novembro de 2018, um aumento de 31%. 

Para Lamberto Ramenzoni, diretor do Clube de Caça e Tiro de Santana de Parnaíba, a discussão em torno da posse e porte de armas foi saudável para o seu negócio, uma vez que ajudou a desmistificar também as práticas esportivas. "Quanto menos tabu referente às armas, melhor para o nosso clube esportivo. Nosso foco é o tiro desportivo, pratos e hélices com armas longas, não estamos nesse grupo que quer as armas para defesa. Infelizmente, como lidamos com esse tipo de equipamento, somos inseridos na mesma categoria", contou.

Atualmente com cerca de 15 alunos, a média de idade das pessoas que procuram o clube é de 25 a 60 anos. Segundo Ramenzoni, eles são 90% homens, de classe média ou alta. No início da prática das modalidades, que podem ser trap americano, fossa automática, fossa olímpica, skeet olímpico e percurso de caça (todas no prato), ou tiro as hélices, os alunos são acompanhados por um instrutor, que os emprestam armas. " Ao pegar gosto pelo esporte, os alunos gostam de ter armas próprias, pois a arma de esporte é de regulagem personaliza. Porém, para adquiri-las, é preciso a autorização do Exército Brasileiro", explicou o diretor.
O custo médio para a prática das atividades está em torno de R$ 350 para duas horas/aula.
Interessados com idades entre 15 e 17 anos precisam de autorização judicial para a praticar as modalidades.


Trâmite para a flexibilização do porte

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou na última semana, que os parlamentares devem seguir a decisão do Senado e derrubar o decreto de Bolsonaro que flexibiliza o porte de armas. A intenção de Maia é articular que alguns pontos do texto sejam antes aprovados por meio de projetos de lei, partido do Senado. Entre as principais medidas da flexibilização do porte de armas, está a autorização a novas categorias a transportarem os armamentos, como políticos com mandato e jornalistas de cobertura policial.

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