Quinta, 02 Mai 2024

Cidades

"Após seis meses de pandemia superada, Barueri estará à frente do país", garante Furlan

Entrevista Cidades

"Após seis meses de pandemia superada, Barueri estará à frente do país", garante Furlan

Com exclusividade, o prefeito falou sobre o futuro da cidade e as dificuldades do enfrentamento à Covid-19 

Furlan disse que planeja a cidade para um período de 20 anos, no mínimo (Benjamin Sepulvida)
Barueri ostenta o 5º maior PIB do Estado de São Paulo e é o melhor município para fazer negócios do país. Com números de destaque, de fazer inveja a qualquer prefeito, o gestor Rubens Furlan (PSDB) é o responsável pela administração de 23 anos da cidade.

Em entrevista exclusiva à Folha de Alphaville, ele garante que após superar a pandemia, Barueri estará à frente do país em um período de seis meses. "Eu sou treinado para resolver problemas de qualquer tamanho. Quando essa curva da pandemia começar a descer e tivermos a metade da demanda que temos hoje, imediatamente estarei atrás do prejuízo. Digo isso porque tenho projeto para todas as áreas".

Com arrecadação prevista em R$3,4 bilhões para este ano, cerca de R$ 200 milhões a mais em relação a 2020 (verba superior a cidade de Osasco, estimada em R$ 2,9 bilhões, que possui uma população superior ao dobro) Furlan contou como 'dribla' a crise e consegue manter o alto nível de qualidade dos serviços municipais oferecidos, o que deixa a cidade em posição de destaque se comparada aos municípios da região. "A receita vai caindo, eu reduzo as despesas na mesma proporção, sem prejudicar os interesses mais importantes da população", afirmou.

Crescimento ordenado
Furlan estima que Barueri tenha o dobro da população em 20 anos, hoje superior a 271 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em sua avaliação, a cidade está em um processo natural de verticalização. O território do município é de 64 km.

O prefeito reforça que todos os seus projetos, ações e investimentos são pensados para um período de 20 anos, no mínimo. Em relação à preservação do meio ambiente, o desenvolvimento ordenado da cidade, o gestor diz que é prioridade. "Nós preservamos, a política sustentável ajuda a segurar a explosão demográfica. É reserva, nessa área ninguém mexe e não haverá prédio algum, assim que tem que ser".

Um dos desafios citados é ampliar o tratamento de esgoto e de água no município. Furlan contou que esta é uma preocupação permanente. O tucano também fez críticas à concessionária Sabesp, responsável pelo serviço. "É extremamente ruim. Tenho 23 anos de prefeito e durante todo esse período venho lutando por melhorias". Atualmente, o percentual de esgoto coletado e tratado em Barueri é de 65%, mas ele quer chegar a 100%. Após o término da pandemia, o prefeito deve propor uma parceria com a Sabesp para ampliar em 10% este índice. "Talvez eu faça uma proposta, eu pago metade do que é preciso e a empresa a outra metade para avançar uns 10%. Acho que devo conseguir", falou.

Liderança
Furlan, um dos líderes políticos mais respeitados da Região Oeste de São Paulo e do Estado, avaliou o desempenho do presidente Jair Bolsonaro à frente do combate à pandemia como 'deplorável'. "Se o presidente tivesse liderado a nação desde o início, tido preocupação em fazer convênios com grandes laboratórios, como o Governo de São Paulo fez, hoje nós teríamos a vacinação muito mais à frente. Não teríamos chegado em 150 mil mortes. Hoje já passamos dos 300 mil mortos".

O prefeito disse que está preocupado com as mensagens públicas passadas pelo presidente. "Depois da pandemia, temos outra luta, que é a economia. E quem vai nos tirar dessa são os governadores, os prefeitos e os bons empresários desse país. Os que se preocupam de fato com o Brasil".

O prefeito fez ainda um apelo para a população: "fique na sua casa. Se tiver que sair, tome todos os cuidados. Não podemos desanimar, enquanto não tivermos vencido esse vírus. Falo por experiência própria, já que também tive a Covid-19".

O gestor explicou que, apesar de Barueri ter condições financeiras para 'turbinar' o atendimento de saúde, há dificuldades em encontrar equipamentos, itens necessários por conta da escassez de recursos humanos que a pandemia impõe. "Não se compra o que não tem. Então, quem tem dinheiro vai ficar na fila também. Que Deus abençoe a todos nós", finalizou. 

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